sábado, janeiro 12, 2013

Livros: Clássicos

Sei que já há algum tempo não publico. É que estive viajando. Assim, desculpe minha ausência.

Talvez não tenha percebido, mas eu não resenho muitos livros por aqui. Pelo menos não tantos quanto eu gostaria. Meu problema não é ler pouco, é ler pouco sobre o que eu poderia escrever. Deixe-me explicar: eu tenho um fraco por clássicos. Um grande fraco. É o que eu mais leio, e, quando acabo, simplesmente não me sinto digna de resenhá-los. Se eu gosto muito, não acho que minhas palavras são boas o suficiente. Se não gosto, acho que não tenho o direito de criticar, afinal clássicos são assim classificados por um motivo. E é por isso que resenho poucos livros. Leio muitos clássicos.

Mas também não queria ser injusta, simplesmente fingindo que esses livros não existem, ao invés de compartilhá-los aqui no blog. Então esse é um Top 10 dos melhores clássicos para mim, regressivamente. Conforme for mencionando os livros, vou falar brevemente sobre eles. Abaixo, não registro uma verdade absoluta e incontestável. Na verdade, sinta-se à vontade para contestar-me nos comentários, e dizer qual o seu clássico favorito. São só os dez clássicos de que mais gostei dentre os que já li.


Em décimo lugar: Um Conto de Natal, Charles Dickens

Escolhi esse livro como o décimo melhor por achar que, em sua simplicidade, ele chega quase à perfeição. Por mais clichê e previsível que seja seu enredo, é assim que ele tinha que ser, pois essa é a sua proposta, e esses são dois dos fatores que me fazem gostar dele.

A história retratada em Um Conto de Natal (talvez a reconheçam como a adaptação com Jim Carrey, Os Fanstasmas de Scrooge) é o tipo de coisa para se ler... no Natal. Em outra época do ano não faria sentido, pois, como ensina o próprio livro, perto das Festas as pessoas estão mais festivas, felizes e receptivas. É uma história leve da qual não se deve esperar muitas reviravoltas e surpresas. É, mesmo assim, muito bonita.


Em nono lugar: Peter Pan e Wendy, J. M. Barrie

É muito possível que a história do menino que não queria crescer tenha estado presente na infância de todos. Se não é o caso, gostaria que fosse, porque é uma história cheia de inocência encantadora, que nos dá vontade de cobrir um olho com a mão, como um tapa-olho, e brincar de pirata com Peter e Wendy.

E o Capitão Gancho é um dos vilões da literatura que mais me agrada. Ele, todo traiçoeiro e malvado, pirata tão mau que pode despertar sentimentos ruins (se é que isso é possível) em crianças!


Em oitavo lugar: O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry

O Pequeno Príncipe é possivelmente a história mais doce que já li. Dentre todos os clássicos da lista, é talvez o que tem mais a ensinar, o mais adorável de todos. Esse, sim, para todas as idades. Uma leitura que eu considero obrigatória uma vez na infância e uma vez na fase adulta.

Não costumo ler muitos livros franceses, por falta de oportunidade, diria, mas se todos forem tão bonitos e significativos quanto O Pequeno Príncipe, quero ler todos.


Em sétimo lugar: O Médico e o Monstro, Robert Louis Stevenson

O Médico e o Monstro sem dúvida me intrigou. E, inclusive, se não estivesse competindo com outros livros tão bons, estaria numa posição melhor. Merecia estar.

A história de Louis Stevenson é diferente de tudo o que eu já li, de uma forma que não consigo definir muito bem. Talvez sua natureza sombria, o clima tenso que persiste... Tudo isso contribui para que o livro mereça sua boa fama. A edição que li (emprestada, infelizmente, de forma que não posso reler meus trechos preferidos) contava ainda com incríveis ilustrações de Mauro Cascioli.


Em sexto lugar: Frankenstein, Mary Shelley

O livro Frankenstein é conhecido como o segundo melhor da literatura de terror (logo depois do Drácula, de Bram Stoker, que eu infelizmente ainda não tive chance de ler). Apesar de eu não concordar com a categoria em que se encontra, pois não acredito na maldade do apelidado demônio, e sim numa resposta à forma como ele é tratado, amo a escrita de Shelley, suas descrições de paisagens e sentimentos e sua história como um todo.

A respeito de Frankenstein é também interessante as circunstâncias sob as quais foi escrito. Num castelo na Suíça, um grupo de amigos resolveu fazer uma competição de contos de terror. Quem diria que a uma participante que não era escritora seria a única a terminar a história. E se isso já era improvável, imagine que seu conto virou um livro, e seu livro virou um clássico!


Em quinto lugar: Sherlock Holmes, Sir Arthur Conan Doyle

Por Sherlock Holmes quero dizer toda e qualquer história do famoso detetive. Isso porque, apesar de só ter lido dois de seus livros e alguns contos, estou bem ciente de sua genialidade. Digo, da genialidade de Conan Doyle. 

Dentre todos os detetives de histórias de mistério (que não são poucos) Holmes é o mais surpreendente. A forma como ele desvenda os crimes é brilhante, e também convincente. Dizem que ele criou o gênero. Então, quando se trata de histórias de detetive, recomendo sem dúvida Sherlock Holmes.


Em quarto lugar: A Trilogia Fronteiras do Universo, Philip Pullman

Não conheço ninguém que tenha lido a trilogia Fronteiras do Universo e não tenha gostado. Perdão, que não tenha amado. É uma trama tão inteligente, bem construída e original que é impossível não aprovar. Se ainda não leu, dê uma chance, mesmo que tenha visto e não gostado do filme. Se esse é o caso, eu te entendo. Também não gostei, quando vi no cinema. Mas o filme não é nem mesmo digno de colocar o nome Philip Pullman nos créditos. Ele é um gênio e sua obra merecia algo melhor.

Os três livros da série são bem diferentes entre si, mas não se pode lê-los fora de ordem. Cada um trás novas descobertas e formas de te prender a cada página. Todos, especialmente o último, são grandes, mas não desanime antes de começar! Não se tornam repetitivos ou entediantes em momento algum, e o final é brilhante.


Em terceiro lugar: A Saga Harry Potter, J. K. Rowling

Talvez por ter pouco tempo de publicação, não seja de consentimento geral que os livros de Harry Potter são clássicos. Mas, acredite, é só uma questão de tempo.

Desde a publicação, a saga do bruxo Harry Potter vem atraindo mais e mais fãs. E não é para menos. Viciante para todas as idades, é o tipo de série que, mesmo que tenha muitos livros, ao final de cada um você tem a sensação de precisar ler o próximo, e, quando acaba, dá até a famosa depressão pós-leitura, quando você acha que nunca mais vai ler algo tão bom.

Não só a história é boa como também os personagens, e você não deixa de lembrar de Harry quando vê uma vassoura voadora na TV, de Rony quando se depara com uma família ruiva e de Hermione quando encontra um livro grosso e empoeirado na biblioteca.


Em segundo lugar: A Trilogia do Anel, J. R. R. Tolkien

Eu quase dei aos três livros da saga O Senhor dos Anéis o primeiro lugar. Quase. Se pudesse, possivelmente daria como empatado com o meu eleito como melhor clássico, mas...

Acho que todo mundo já viu os filmes dessa trilogia. Se tem uma coisa que posso dizer sobre isso é: você não viu nada. Sim, porque a forma como Tolkien, sem dúvida meu autor preferido, escreve é tão bonita, tão delicada, tão apaixonante! Algumas pessoas podem considerar suas sempre presentes descrições um tanto quanto maçantes (não é o meu caso), mas se você se considerar propenso a isso, não desista da leitura! Leia os livros devagar, no seu ritmo, pois O Senhor dos Anéis não é uma saga para se devorar, e sim para apreciar, se deliciar com cada nuance e palavra. Portanto, para se ter paciência.

Apesar de ter posto em segundo lugar A Trilogia do Anel, considero na mesma posição O Hobbit, do mesmo autor. Seu filme, eu resenhei aqui.


Em primeiro lugar: O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Brontë

Então esse é o melhor clássico para mim. Não direi com toda a certeza, sem sombra de dúvida, completamente indubitável. Não seria verdade: há muitos clássicos bons, e foi muito difícil me decidir em que ordem ficariam os cinco melhores. Escolhi por fim o único romance de Emily Brontë.

Algumas pessoas podem não gostar do amor de Catherine e Heathcliff por ser tão indefinido, tão sofrido, tão impossível. Acredito que é isso que o faz tão lindo: ele sobrevive, secreto, apesar de tudo. Além disso, nenhum personagem é perfeito. Todos têm defeitos muito claros, alguns até mais acentuados que as qualidades. Isso os torna mais reais e próximos do leitor. E é por isso que, para mim, O Morro dos Ventos Uivantes é o melhor clássico.


E esses foram os meus dez clássicos preferidos. Posso ter sido injusta, principalmente na escolha do Top 5, mas precisava, mesmo que um tanto contrariada, escolher uma ordem. Se tiver a oportunidade, dê uma chance a esses livros, a qualquer um deles, porque mesmo que eu os tenha enumerado por qualidade, todos são incríveis.

Desculpe se apenas um livro não é de autor inglês. Como amante da Inglaterra e de sua literatura, leio muitos livros ingleses, e não coloquei na lista nenhum brasileiro simplesmente por não ter lido poucos clássicos do Brasil (e que vergonha ao dizer isso)! Se serve de consolo, O Feijão e o Sonho, brasileiro, quase entrou no hanking, assim como A Metamorfose, livro alemão.

Até mais,
Gih

2 comentários:

  1. Eu estou até agora me perguntando porque você acha que não pode resenhar os clássicos! Ok, ok.. eu realmente li seus argumentos, mas acho que qualquer opinião é válida. Nem todo mundo é obrigado a gostar de algo porque é clássico, assim como, para os que você gostou, acho que o mais importante é dizer o porque - mesmo que não consiga explicar muito bem em palavras.
    Gostei do seu top dez porque ele foi realmente muito diversificado. Desde a coisa adorável que é O Pequeno Príncipe até o "clássico moderno" que é Harry Potter.
    Apesar de não ter lido todos os livros que você colocou aqui, concordo com todos eles. O único que estranhei foi O Morro dos Ventos Uivantes.
    Sério? Sério mesmo?
    Ok, eu não li o livro, mas vi umas adaptações. A
    "tradicional", com o Ralph Fiennes, de 1992. A outra foi uma de 2009, uma série com 2 apisódios apenas com o Tom Hardy. O ponto é que eu não consegui gostar da estória porque detesto a Cathy. Acho que nunca tive tanto abuso de uma personagem como dela!
    Eu tenho o livro em inglês e eventualmente vou ler! Saber que você gosta da história até me estimula, mas acho que ainda vai demorar para eu "superar" o trauma!
    Abraço!
    Naiara
    www.universodediva.blogspot.com

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    1. Oi!
      Mesmo que eu tenha explicado da melhor forma que pude por que não resenho clássicos, na verdade nem eu sei direito... Acho que o motivo é que... Bem, sabe quando você vê um filme ou lê um livro que gosta tanto que não acha que conseguiria resenhar? É assim que eu me sinto em relação a todos os clássicos, até os que eu não gosto... Uma espécie e mau hábito.
      Eu tentei fazer um Top 10 bem sincero, com o que eu realmente achasse bom. Por algum motivo, me identifico muito com O Morro dos Ventos Uivantes, mesmo que, como você, não morra de amores pela Catherine. Gosto bem mais da filha dela, que não aparece na adaptação que eu assisti, de forma que não sei se apareceu nessas de 2009 e de 1992. Um dos maiores motivos que me levam a gostar d'O Morro dos Ventos Uivantes, mesmo que eu não tenha mencionado, é a forma que é escrito. Eu me apaixonei mais pela autora que pelos personagens... Ou talvez tenha sido apenas a minha visão, e o fato de que esse foi um dos primeiros livros realmente bons que eu li.
      Beijos!
      Gih

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